domingo, junho 29, 2014

Analisa-me (Como quem diz a si mesmo)

Quantas vezes nós nos arrependemos das coisas? Quando nos arrependemos vemos o quão orgânicos somos, pois, nesses momentos queremos ser um ser sem vida, um pedaço de plástico, que nunca pensou ou sentiu, que nunca soube se existiu, que nunca se indagou sobre o alheio, sobre o perfeito, sobre o imperfeito, sobre as possibilidades do certo, que nunca escorregou ao dizer dos certos incertos, que nem sequer quis um dia ser um verso a lápis para ser apagado por uma borracha que nunca saberá de si.

Sempre que tomamos e retomamos o nosso ser orgânico de ser, tendemos ao desejo de retornarmos ao vázio, pendemos no desejo de não querer ser.



Ícaro L. M. de Souza

quarta-feira, maio 28, 2014

A sínceridade dos sem muleta


            Tantas críticas, tantas lamúrias, reclamam tanto dizendo “portanto” de tudo que é dito, sendo que isso é só produto da porcaria da chupetinha feita debaixo da cama de suas jovens ideias.
            Não aceitam nada, mas eu sei que tudo é preconcebido por um, e digo mais, por um este que acaba-se em sua mesura, e pelo outro, que apenas é encanto das frescuras e das frustrações de uma “traição”. Dobram-se demais a encantos, mas nunca caíram em prantos por causa dos sentimentos, que segundo eles, ou segundo todos, só pode ser de um jeito. Provável que isso seja apenas tendência individual que se espalha para o coletivo, tendência nascente e emergente de uma ainda necessidade de ver e sentir tudo conforme métricas.

A métrica em seus diversos casos pode ser apenas ato facilitador, mas se és capaz de administrar tudo o que você desconstrói, pois bem, seja assim e não se traia, ser bem resolvido em vossas peculiaridades é mais determinante para uma paz coletiva, que qualquer métrica usada como muleta por jovens reclamões. 


Ícaro Leandro Mendes de Souza

Dualidade do meu coração


            Tem bons dias que não dou bom dia a ninguém. Exceto um alguém, um que me faz bem.
Tem alguém que me dá bons dias, bons motivos, bons sorrisos,
Tem dias que apesar do sono, eu escrevo uma, duas, três poesias para aquele alguém, mas sempre amasso o papel da mente por não ser bom o suficiente.
Eu adoro estes dias que não preciso de ninguém, exceto meu alguém.




Ícaro Leandro Mendes de Souza – 16/05/2014




domingo, maio 11, 2014

Ela me deixa muito mais que inspirado

Sinto vontade de escrever, não sei se eu provoco a minha vontade, ou se ela é quem me dá vontade de escrever....
Não gosto do tom precipitado, muito menos de parecer precipitado, mas exalto, emano, sinto e grito num silêncio sorridente que a desejo da minha maneira. Não na clássica maneira dos alheios.
É como se tudo passasse, como se tudo existisse e cumprisse sua função, independente de sua obrigação, e eu só ficasse no tempo que é insistente no seu não passar, principalmente quando eu estava esperando ela voltar para dar apenas um oi, para prolongar uma conversa de dois minutos ou sete horas. E é como se todo esse tempo se estendesse em suas formas mais infinitas e exuberantes, principalmente por todas estas esperas se transbordarem com ela no meu pensamento.
Os beijos ainda pulsam em meus lábios, eu sinto falta deles, assim como sentia em cada pausa que fazíamos, exceto nos momentos em que abria os olhos para observa-la, aí, nestas horas, os hiatos valiam a pena, pois ali eu tinha alguém que eu desejara durante dias, e que me consumiu estes dias de uma maneira boa, leve, sem pressão, como nunca antes, sem os velhos sensos que só servem para distrair alguns que entram neste vício. Ali eu tinha alguém que estranhamente se encaixava em mim desde antes deu pode-la tocar.
No meu verbo do momento digo estas coisas para o papel, mas me sinto um louco mais que precipitado, e que mesmo assim em sua busca achou a rima condizente para a última do ditado, porém, vou completar assim para não dizer muito mais, para que ela, quando ler isto, não ache que sou apressado. Não ache também que mantenho unicamente interessado, muito mais que isso, muito mais que inspirado.



Ícaro L. M. de Souza.

quarta-feira, maio 07, 2014

Cacos do meu vidro

Não acredito na transparência de todos os vidros, pois não acredito na transparência nem mesmo do meu todo. Fui tão punhado de areia quanto qualquer vidro, de qualquer qualidade. Quantas vezes sou claro, límpido, e mesmo assim, guardo muito. Guardo muito do muito pouco que sou. E sou tão quebradiço, por mais que meus reflexos exponham uma blindagem. Pois é, não expõem com a transparência que todos alegam e categorizam em suas pautas mentais.
Sumárias vezes me pergunto, sempre de maneiras primárias, se quando eu me quebrar muito, vou ser capaz de voltar à areia, que de alguma forma poderá ser molhada com algumas gotas de água totalmente transparente.
Lágrimas... Espero um dia ser regado por todas as minhas lágrimas, independente do sentimento carregado em sua essência lúcida, espero ser regado até mesmo por aquelas que me disseram que eu era essencialmente renegado.


Ícaro L. M. de Souza.

sexta-feira, maio 02, 2014

Meus dedos queriam escrever, e desta vez escreveram sem adocicar versos.

Crendo em Deus ou não, todos têm o velho costume de entender Ele ao lado do qual prosseguimos, pois é o nosso lado que sempre é o imbatível e o coberto de razão e lógica.
Quando eu era dos porcos que todos amam, eu via Deus no mesmo caminho que eu, e hoje, que tendo e pendo para o lado dos porcos que todos odeiam, eu vejo mais ainda Deus no meu caminhar... Esta é numa trilha torta e sublime em todos os seus sentidos. Este é o caminho que para os porcos amados é o mais fácil, mas que na verdade é o mais difícil... É complicado entender o como a vida é relativa no clichê do dar tempo ao tempo, do orai e vigiai, do progresso que depende do nosso esforço e de uma verdadeira evolução.
É como se a Força exigisse sim uma união, uma comunhão geral dos seres, porém, existem peculiaridades da vida, existe hora e momento para tudo. E o que quero dizer é que é como se o Tudo precisasse de minha individualidade, é como se eu ouvisse algo dizendo que a comunhão geral dos seres só pode existir em momentos que não somos mais presos a cascas humanas. É como se a humanidade fosse apenas um estado de espírito, assim como uma possível comunhão geral dos seres seria apenas mais um estado de espírito.

Pode ser, pode não ser, pode ser a verdade, ou apenas mais algumas burrices exclamadas.



Ícaro L. M. de Souza.


quarta-feira, março 05, 2014

Molduras velhas do meu quarto 2

Como não posso fazer desfrute de uma singela varanda, uso este belo quadro que tenho. E com certa força me mantenho debruçado em suas velhas molduras por puro empenho.
A pintura que mais gosto de sentir é a da brisa da manhã, pois como com um conta-gotas o céu vai mudando de cor conforme os corantes pingam nas paredes da atmosfera.
Enquanto escrevo isto, meus cotovelos doem, mas fico feliz, já que nesses ventos reflexivos percebi algo, quem tem varanda, apenas tem mais uma cria, e eu que tenho janela, tenho um quadro a cada dia.
Seria muito simples, simplesmente abrir minha mente, e fazer uma crônica do dia a dia. Apesar da repetitiva peça teatral do cotidiano, tento, de maneira quase religiosa, exaltar as excentricidades do não casual viver.
Poderia eu agora, exilar este texto para uma pasta, mas gostaria de pelo menos no fim enaltar que, o senhor Braga, não escrevia praga, aquela que se espalha e atrapalha o dia de quem cultiva plantas para manter a vida, aquela que se espalha e atrapalha o dia de quem cultiva ideias para se manter sóbrio para a vida.




Ícaro Leandro Mendes de Souza.


A primeira parte (os três primeiros parágrafos) é um texto pela linda manhã de 31/12/13. A segunda parte é uma homenagem ao escritor Rubem Braga, tendo sido analisado apenas o texto “Despedida”, sendo este retirado do livro “A Traição das Elegantes" de 1967.

terça-feira, fevereiro 04, 2014

Incertos olhos alheios

Seus olhos muitas vezes me mostram as incertezas que adornam seus pensamentos, eles nunca tentam me mostrar nada, mas o seu olhar direto aos meus olhos entrega as verdades incertas e alheias, os pensamentos que voam, mas que sempre voltam a terra pelo simples fato de nós dois estarmos aqui, pelo simples fato de estarmos frente a frente, um olhando nos olhos do outro, na busca da compreensão do si no reflexo amplo do mundo que não tem sentido sem esta troca do amor metafísico.

Ícaro Leandro M. de Souza

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Molduras velhas do meu quarto

Como não posso fazer desfrute de uma singela varanda, uso este belo quadro que tenho. E com certa força me mantenho debruçado em suas velhas molduras por puro empenho.
A pintura que mais gosto de sentir é a da brisa da manhã, pois como com um conta-gotas o céu vai mudando de cor conforme os corantes pingam nas paredes da atmosfera.
Enquanto escrevo isto, meus cotovelos doem, mas fico feliz, já que nesses ventos reflexivos percebi algo, quem tem varanda apenas tem mais uma cria, e eu que tenho janela, tenho um quadro a cada dia.

Ícaro L. M. de Souza


Um texto pela linda manhã de 31/12/13.