quarta-feira, novembro 13, 2013

Casal

Um poeta reconhece quando a poesia é escrita por sinestesia do olhar com o sorriso, do toque acanhado que queria ser imenso num abraço apertado.
As palavras são só representações sonoras de um estímulo nervoso, elas não foram ditas, mas no brilho do espelho do olho dela, eu senti ele, e no branco do sorriso dele, eu senti ela.
O como os dois se encaixavam sem nem mesmo se tocar era doce de enxergar, mas já é tarde, agora é hora de acabar, porém, esta poesia só o casal é quem poderá um dia,


 fechar.

Ícaro Leandro M. de Souza

terça-feira, outubro 15, 2013

Professor (texto oficial)

Exilado da vida,
falta alguma faz para a terra.
O homem que só tenta erguer os outros está caído
abandonado
traído
ferido.
Escuta o silêncio arranhar a lousa vazia
desprovida do conhecimento.

Esse homem é o morto-vivo,
Sendo ele um dos maiores que pisa na terra,
É tratado como quem é da esbórnia
cão de rua,
recebe os restos de quem nada faz.

Chutado pela manhã,
pela tarde,
e para não morrer de fome,
chutado pela noite.

Noite que o engole e suga suas energias,
Dorme o resto que lhe sobra
e ainda na mente é perturbado.

Maltrapilho sábio,
mendigo cínico
vive na sarjeta.

Esse sábio é o mais perigoso
por isso tratado dessa maneira,
iludindo-o dizendo que é fraco.
Sendo ele a maior arma contra o sistema.


Ícaro L. M. de Souza

quinta-feira, setembro 19, 2013

Ela nasceu para ser poesia

Eu ia dizer que este lugar é cheio de jóias raras, mas na verdade é cheio de lindas flores, que não importa sua raridade, que sempre esbanjam de beleza.
 Mas o por que digo que são flores? Jóias precisam ser lapidadas para se exaltar, já as flores só me bastam um olhar para nascer um sentimento intangível de querer cheirar (beijar), já desabrocham feitas, como aquelas mulheres que nascem perfeitas.

Ícaro Leandro M. de Souza

domingo, setembro 15, 2013

Pseudo ensaio sobre meu destino

Sublime maneira em que a vida se desenha, os traços são fortes, muitas vezes assustadores, mas eles levam para um mesmo ponto, pode-se fazer da maneira que bem entender, porém, o ultimo risco será honrado nem que permaneça calado.
Tola frustração dos que se insatisfazem com os desenhos, impossível fugir do destino que te traga a vida, que bebe sua matéria com a sede do tempo.

Toda essa massa que cobre a essência humana, vem cada hora com uma ideia de destino, para alguns é um desatino, para mim, por mais difícil que irá ser, só me basta sorrir para o que tem por vir. Minha arte não está pronta, talvez nunca esteja talvez possa mudar, mas já sinto o peso, sem medo, do que está por vir.

Ícaro L. Mendes

domingo, agosto 25, 2013

Divida com minha lógica

(detesto este texto, mas como já está publicado, não vou tirar)

Jogado na cama, sedento por quem ama, mas a quem ama?
Levanta, vive e não acorda, viaja pela rua e mesmo na manhã procura a lua.
Sedento por quem odeia, mas a quem odeia? A ele isto é claro, a todos premia com a dádiva de seu ódio.
Crédulo incoeso, graças a sua incoesão podemos no mínimo sentir.
Mas por fim, todos cansam de existir.
Quem desiste ainda sente, mesmo com sua palavra contundente.
Quem sente sabe, o destino de todos é o ser coeso, mas com tristeza sei que ainda sou o que devo,
Incoeso.


Ícaro M. L. de Souza  

quinta-feira, junho 20, 2013

Roda da volta à vida

            Impiedosa era a vida que eu levava, impiedoso era eu que me calava perante a minha própria sombra, mesmo ainda na prematuridade, regida pela ignorância, já conseguia me afogar na lama dos meus pensamentos, tamanha era minha tolice, esta que eu jogava aos outros, que julgava longe de mim. Perdido eu já sabia que estava, mas predestinado eu não aceitava.
            Percebia o universo fluíndo enquanto eu caía, toda aquela roda girava só para me levar ao meu verdadeiro lugar, mas antes de chegar, dormi, e acordei nos sonhos, alguns me pediam socorro, outros me derrubavam com a minha vontade... antes não via assim, antes eu não me enxergava a empurrar o verdadeiro eu da escada. Eu segurei a arma, as sombras puxaram o gatilho, mas no fim era eu quem me atingia.

            Se aquelas verdades fossem uma cobra, hoje eu estaria blasfemando deitado no eterno colchão material, mas aquelas verdades se explicaram como uma criança, uma inteligência de expressão simples, que calou minhas calúnias, e sem julgar, me levou para o lugar que estou.

Ícaro L. Mendes

terça-feira, abril 23, 2013

Colocara debaixo do colchão


Quando a minha maior paixão era escrever, era escrever para mim, por mim, quando nada poderia me fazer parar, escrever era pensar, e eu poderia dizer tudo num amontoado de verso, eu poderia dizer a razão pela qual excesso de razão me mata, eu poderia dizer o quanto os sorrisos eram preciosos para mim, sendo os maiores presentes, até os alheios muito me valiam, eu conseguia ter o mundo, ou no menor dos lados prender a atenção do meu mundo.
Um dia eu não tinha mais mundo, eu não tinha mais chão, só me sobrara à paixão… O que fazer? Colocara debaixo do colchão, a fim de ver se ela vinha e acabava com aquela solidão.
Ninguém precisa saber os meus motivos, ou se eles são concisos, não queria que julgassem qual seria a melhor forma deu esquecer aquela minha loucura, ou aquela paixão, porém, acabou que debateram sem mim a minha decisão, pontuaram os melhores métodos deu esquecer os meus laços, senti-me roubado. Um poeta é só um tolo a ser largado, mas isso não o tira a autonomia, por mais que sejam versos pobres, por mais que sejam só versos… Os ricos versos baratos voltaram a ser somente baratos.


Ícaro Leandro