Não acredito na
transparência de todos os vidros, pois não acredito na transparência nem mesmo
do meu todo. Fui tão punhado de areia quanto qualquer vidro, de qualquer
qualidade. Quantas vezes sou claro, límpido, e mesmo assim, guardo muito.
Guardo muito do muito pouco que sou. E sou tão quebradiço, por mais que meus
reflexos exponham uma blindagem. Pois é, não expõem com a transparência que
todos alegam e categorizam em suas pautas mentais.
Sumárias vezes me
pergunto, sempre de maneiras primárias, se quando eu me quebrar muito, vou ser
capaz de voltar à areia, que de alguma forma poderá ser molhada com algumas
gotas de água totalmente transparente.
Lágrimas... Espero um
dia ser regado por todas as minhas lágrimas, independente do sentimento
carregado em sua essência lúcida, espero ser regado até mesmo por aquelas que
me disseram que eu era essencialmente renegado.
Ícaro L. M. de Souza.
Bom! Muito bom!
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