segunda-feira, março 12, 2012

O grito que de nada valeu


A lagrima que cai e ecoa pela terra,
Olhar perdido no luar,
O vento batia em seu rosto e levava o  sofrimento.
O problema é que para o sofrimento sair ele fere,
Fere desde a alma ao seu ultimo fio de cabelo...
O vento leva,
Mas o espaço da agonia lá fica,
E você acaba respirando a dor.
Esse é o sentimento que tem cheiro,
E que com a brisa da noite te leva de volta a seções de tortura,
A lua que ilumina o que antes se chamava alma,
O orvalho que umedece seu espirito afogado.
Mesmo tão morto o homem não desiste de buscar a cura...
O longo caminho do desespero,
Agonia,
Arrependimento
E do auto perdão.
O vento levou para muito longe a sua dor,
Que pelos olhos derramou...
Tal homem cultuava a dor.
Mas de abstinência
Sentia aflição pela falta da dor,
Ele com o tempo seguiu o cheiro do vento gelado da noite,
Sem mais pensar no sofrimento o homem muito atento
Buscava agora alimento,
O corpo vazio, o vazo sem planta,
Agora precisava de água,
De sol.
Precisava de amor.
Durante o dia não conseguia enxergar a luz,
aquela forte energia o consumia e o enfurecida,
Sendo assim sua busca pelo amor só se cumpria regada pelo luar.
Por anos e anos
Todas as noites aquele corpo oco andava em busca de amor.
Uma alma mofada já tinha aquele homem,
Prestes a morrer,
O seu corpo consumido pelo tempo caiu...
Deitado a terra molhada,
degustou da água barrenta.
Nunca antes teve um momento de reflexão,
E em seu leito morte percebeu que o seu amor tinha encontrado a muitos anos,
Ele por todo o tempo se amou,
E buscou o seu melhor...
Mas de nada mais valia aquele sentimento...
Com muita dor e angustia o homem gritou:
“Ser amado independe de duas pessoas, ou de alma, ou de PAZ!”
E nesse mesmo instante vomitou a água barrenta que havia tomado,
junto ao seu ultimo fio de vida.

Ícaro Leandro

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